Craques que fizeram a história do futebol sanjoanense

Oscar de Andrade Nogueira

Nascido em São João da Boa Vista em 9 de maio de 1887, Oscar Andrade foi o primeiro grande craque do futebol sanjoanense. Como aluno do curso de engenharia do College Mackenzie, em São Paulo, fez parte do elenco da escola que disputou o Campeonato Paulista de 1906, contemporâneo que foi de Charles Miller e Belfort Duarte, dois dos mais famosos jogadores brasileiros em todos os tempos. Em sua terra natal atuou pela Associação Atlética São João, em 1919, time que deu origem à Sociedade Esportiva Sanjoanense. Foi o grande baluarte e de fundamental importância na fundação da rubro-negra.

Luis de Freitas

Fundada em 1916, a Sociedade Esportiva Sanjoanense iniciou a fase de conquistas de títulos no futebol com o bicampeonato regional em 1921-1922, através dos inesquecíveis Tigres da Mogiana. Um dos maiores destaques da agremiação na época, que reinou com um futebol eficiente por 12 anos, foi Luis de Freitas. Antes, porém, defendendo a Associação Atlética São João, foi de fundamental importância na conquista da Taça Tulé, em 1915 – primeiro troféu de renome ganho por uma agremiação sanjoanense – com vitória na final sobre um combinado da capital onde atuava o lendário Arthur Friedenreich.

Delso Rabello

Natural de Águas da Prata e criado com os dez irmãos na Fazenda Manteiga – de propriedade do pai, Gabriel Rabello de Oliveira, no município de Santo Antonio do Jardim – o menino Delso foi o grande destaque do futebol sanjoanense nos anos 1930. Cinco dos irmãos – Geraldo, Antenor, Waldomiro, Tatinho e Irédio, mais o primo Juarez – vestiram a camisa da Esportiva com sucesso. Delso, porém, foi mais longe. Em 1935, com personalidade suficiente para se desgarrar dos rígidos padrões familiares da época, integrou o elenco do Santos Futebol Clube, colaborando com seus gols para o primeiro título paulista do alvi-negro praiano.

Mauro Ramos de Oliveira

Capitão da Seleção Brasileira na conquista da Copa do Mundo de 1962, no Chile, Mauro foi contratado pela Esportiva Sanjoanense no inicio de 1947, onde se tornou ídolo. Em 1948 foi negociado com o São Paulo – onde jogou por 12 anos – comprado a seguir pelo Santos. Na carreira, ganhou os títulos de campeão paulista em 48, 49, 53 e 57 (no Tricolor), 61, 62, 64, 65 e 67 (no Santos), onde também foi pentacampeão brasileiro (entre 61 e 65) e bicampeão da Libertadores e Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. Esteve nas Copas de 1950, 1954, 1958 e 1962. Nosso “capitão” faleceu em 2002 e está sepultado em Poços de Caldas, sua cidade natal.

Hideraldo Luis Bellini

Nascido em Itapira, Bellini chegou ao futebol sanjoanense para substituir Mauro na Esportiva, em 1948. Aqui permaneceu até o começo de 1951, quando foi contratado pelo Vasco da Gama para atuar no melhor time do futebol brasileiro da época, base da seleção de 1950. Foi campeão carioca em 52, 56 e 58. Chegou ao São Paulo em 1962, por uma das coincidências da vida para substituir Mauro – exatamente como ocorrera em São João – 14 anos antes. Capitão da Seleção na conquista do primeiro título mundial, em 1958, na Suécia, Bellini imortalizou o gesto de erguer a taça acima da cabeça para o mundo apreciar. Vive atualmente em São Paulo.

Cassiano

Antonio Cassiano, o Cassianinho, foi um dos atacantes mais completos do nosso futebol. Começou a carreira precocemente, aos 14 anos no Palmeiras Futebol Clube, passando a profissional da Esportiva na metade da década de 1950. Em 1958 foi comprado pelo Comercial de Ribeirão Preto, acabando por jogar, no mesmo ano, no Fluminense, sagrando-se campeão carioca e do Rio-São Paulo (invicto). Atuou pelo Bonsucesso até atingir o auge da carreira no Deportivo Cáli, levando o clube colombiano a uma conquista de título nacional depois de 20 anos, em 1965. Parou cedo com o futebol, aos 30 anos, e vive hoje em São João.

Mirandinha

Fortaleza é a cidade natal do atacante Mirandinha, o maior goleador da história do Palmeiras Futebol Clube. Em 1979, a diretoria alvi-negra foi buscá-lo junto à Ponte Preta, onde disputara os campeonatos paulista e brasileiro de 78 na reserva de Dario Maravilha. Fazendo dupla de área com Titica, foi o artilheiro e ajudou o Palmeiras a chegar ao título da 2ª Divisão. Foi vendido ao Botafogo carioca, jogou ainda na Portuguesa, Palmeiras, Cruzeiro e Seleção, sendo o pioneiro jogador do nosso país a atuar no futebol da Inglaterra, no New Castle.

Quinho

Lançado nas equipes de base do Rosário pelo treinador Chicão Amorim, Marcos César de Oliveira – o Quinho – começou a destacar-se no Palmeiras com 14 anos, em 1980. Em 1985, convocado pelo treinador Jair Pereira para a Seleção Brasileira de Juniores, despertou o interesse do São Paulo. Contratado, ajudou nas conquistas dos títulos de campeão paulista e brasileiro de 1986 pelo Tricolor, ao lado Muller, Careca, Silas, Pita, Oscar, Dario Pereira e Falcão, entre outros craques. Jogou depois pelo Nacional da capital e XV de Piracicaba. Vive hoje em São João da Boa Vista.

Paulinho MacLaren

Paulo César Vieira Rosa, o Paulinho MacLaren, teve breve passagem pela Esportiva Sanjoanense em 1983, uma das primeiras equipes profissionais de sua carreira. Aqui conheceu sua futura esposa, Mônica, que o acompanhou na sequência impressionante de times, sempre com sucesso. Entre eles, Atlético-PR (1989), Santos (entre 89 e 92) – onde brilhou como artilheiro do Brasileirão de 1991, com 15 gols -, F.C. do Porto – campeão português em 1993 -, Inter de Porto Alegre (94, campeão gaúcho e artilheiro da Copa do Brasil), Cruzeiro e Belmare do Japão (96), Fluminense (97), Atlético-MG (98), Miami Fusion (98), encerrando a carreira no Santa Cruz, em 1999. Cursou educação física no UniFAE e hoje exerce o cargo de treinador do Rio Claro.

Finazzi

Único jogador sanjoanense a saborear a glória da artilharia de uma edição de Campeonato Paulista, em 2005, pelo América de Rio Preto, Alexandre Finazzi já rodou por muitos clubes do país e do exterior. Começou com 17 anos no Palmeiras local, interrompeu a carreira para estudar engenharia na PUC-Campinas, curso que não terminou pela paixão de jogar futebol. Esteve no Guarani, São Paulo, Fortaleza, Sochaux da França, Goiás, Omiya Ardija (Japão), Santa Cruz, Atlético-PR, São Caetano e, na temporada 2007/08 no Corinthians, para citar alguns times. Nas horas vagas defendeu o Pratinha Futebol Clube de nossa cidade, onde se sagrou muitas vezes campeão amador. Defende atualmente a Ponte Preta.

Zé Amaro

Um dos maiores craques do futebol brasileiro nos anos 50 e 60, Zé Amaro (Aristides Bernardes) nasceu em Campinas a 2/6/1927. Começou jogando no time paulistano de várzea do Ítalo-Lusitano de Pinheiros, até ser observado e trazido para a Esportiva (aqui jogou entre 48 e 51) pelo sanjoanense José Amaro da Cruz, de onde surgiu o apelido que o acompanhou por toda a carreira. Em 51, foi campeão do interior pela Ferroviária de Araraquara; entre 54 e 58, sua melhor fase atuando na Portuguesa de Desportos, ao lado de Djalma Santos, Brandãozinho e Julinho Botelho; em 59, ajudou no pioneiro acesso do Corinthians de Prudente à Divisão Especial; em 62, retornou à São João onde encerrou como profisional no Palmeiras, ao lado de Donah e Aloisio Mulato. É nome do Ginásio de Esportes em Presidente Prudente, homenagem ao grande ídolo que foi. Em São João, onde casou-se, viveu, jogou por muito tempo e está sepultado, nunca foi lembrado para uma simples e singela homenagem.


Zé Amaro na Lusa (1955) ao lado de Julinho Botelho e no nosso Palmeiras, em 1964.

Bidilo Paulista

Dorival Miguel Simões – conhecido por Bidilo (falecido em 2008) – era um garoto de familia pobre que nasceu em 1940, no bairro do Pratinha. Craque precoce, extremamente habilidoso com a perna esquerda, logo no inicio da década de 50 começou a jogar entre os juvenis do alvi-verde, depois encaminhado pelo técnico Radar para a Sociedade Esportiva Sanjoanense. Em 1958, foi levado por Bellini ao Vasco da Gama, passando a seguir ao Atlético Mineiro, onde se tornou ídolo e apelidado de Paulista. Encerrou a carreira como campeão paranaense no Atlético, em 1968, num elenco recheado de craques como Djalma Santos, Bellini, Gildo, Nair e Zé Roberto, entre outros.

SES, 1953 – Em pé, o treinador Radar, Piragibe, Zaizinho, Coelho, Afonso De Mucio, Zézinho, Frank, Lauro, Lazinho e Bóde; agachados, Odair, Irineu, Natalino, Pérsio, Victor Lombardi, Acir e Bidilo/Paulista.

Atlético Paranaense, 1968 – Em pé, os bicampeões mundiais Djalma Santos e Bellini, Charrão, Célio, Nair (ex-Corinthians e Lusa) e Nilo; agachados, Gildo (ex-Palmeiras), Zé Roberto (Ex-São Paulo e Corinthians), Madureira, Bidilo/Paulista e Nilson.